A ideia disto... É mesmo sem pretensões

4 A AGENDA QUE DIARIAMENTE : nesta página de NV se coloca, não tem a pretensão de esgotar tudo o que, de alguma forma, se relacione com a actividade diplomática, relações externas e internacionais, com a «imagem do estado» no exterior, e muito menos de dar conta de tudo o que em matéria de reflexão (seminários, colóquios, conferências...) vai acontecendo aqui e ali. E não há essa pretensão porque não se pode: as agendas oficiais, à excepção da de Belém, da agenda do Parlamento (sem dúvida, a melhor das agendas oficiais) e, de certo modo, da agenda centralizada do governo, ou são selectivas, aleatórias e divulgadas tarde e a más horas, ou pura e simplesmente não existem. Não há uma cultura de agenda política, rigorosa e muito menos com sentido previsional.

Nesta matéria, o Palácio das Necessidades é uma calamidade - houve, reconheça-se com justiça, uma tentativa de organização das agendas do ministro e secretários de estado durante o consulado de Freitas do Amaral, mas sem consequências práticas, sem aquela constância, pelo essa tentativa mais não era do que o vazio online.

E quanto a iniciativas de embaixadas e consulados, de vez em quando ainda se ia sabendo alguma coisa através do Boletim de Informação Diplomática, em função do que também as embaixadas e consulados iam enviando atempadamente para o departamento responsável. Mas, como se sabe, em vez de se reestruturar o BID, adequando-o às novas tecnologias de comunicação, aproveitando rotinas e introduzindo novas, e conferindo-lhe sobretudo honras de agenda, preferiu-se conceder a eutanásia ao BID que faleceu sem herdeiros e foi sepultado na vala comum onde se amontoam as ossadas dos mangas de alpaca da comunicação política institucional também falecidos mas pela doença da circular - vem de longe. O ministro foi nisso e em vez do BID surgiu um enchido cuja utilidade diplomatas em serviço no exterior ou nos serviços centrais questionam com razão.

Mas voltando a esta modesta página, na medida em que ela, tanto quanto possível, reflecte as principais agendas oficiais, o objectivo é o de ir dando uma ideia do que vai acontecendo, do que se vai fazendo, do que vai decorrendo. Com a introdução de etiquetas (nomes de decisores, instituições, iniciativas...), dentro de meses já se poderá ter uma ideia mais aproximada do que aconteceu, do que se fez e do que decorreu, pois do que se esconde, se omite ou não se dá a saber não reza a história.

Continuaremos a conversa.